Olivia Olea
"Meu ânimo se renova ao observar uma mulher se transformando em mãe, assumindo seu protagonismo e explorando sua potência."
Sou obstetra, fiz faculdade de medicina na Unifesp e residência em ginecologia e obstetrícia na mesma instituição.
Minha vivência em nascimentos foi aprimorada após o nascimento do Benjamim e do Antonio, filhos de amigos-irmãos. A chegada desses dois pequenos foi o arremate final na construção da minha relação médica-pessoas: entendi que no parto o que mais importa é o cuidado e o respeito – cuidar e respeitar em demasia e, ainda assim, trabalhar com toda a segurança que o momento exige.
Meu ânimo se renova ao observar uma mulher se transformando em mãe, assumindo seu protagonismo e explorando sua potência. A cada parto, levo algo que também me transforma.
O modelo do Coletivo Nascer impulsiona as potencialidades de todos os envolvidos – das mulheres, das famílias, dos bebês e das profissionais; e invoca a atualização da assistência obstétrica nesse país. Trabalhamos com desenvolvimento e nascimento de GENTE, há de se ter seriedade e sensibilidade. Está, aqui, o princípio de qualquer mudança.
Em 2016, obtive o título de especialista em GO e terminei minha especialização em sexualidade humana na USP. Defendo, também, a despatologização e a singularidade na assistência à saúde de pessoas trans.