Sou obstetriz formada pela USP e desde 2008 quando me formei me dedico ao movimento de luta pela humanização do parto. Trabalhei em ONG feminista com grupos de mulheres e depois em hospitais públicos e privados na assistência direta obstétrica (em salas de parto e acolhimento), mas em 2012 cansada da prática violenta que via todos os dias na assistência lá prestada joguei tudo pro alto e mudei de cidade para começar a atender apenas gestantes em busca da humanização. Voltei para SP em 2017 para trabalhar com um grupo maravilhoso de parteiras e desde então atendo com as equipes multiprofissionais de assistência humanizada à gestação e parto. 
Quando me perguntam porque declaro com tanto amor minha realização com minha profissão respondo, com muita clareza, que nela consigo reunir meus ideais: a luta contra o machismo e por um mundo mais justo para todas e todos, a luta por saúde e a convicção de que as relações sociais precisam ser permeadas por respeito e amor, dentre elas a assistência à saúde. Ser parteira, pra mim, é reunir tudo isso. É estar ao lado das mulheres que desejam ter essa experiência de gestação e parto aos cuidados de equipes atenciosas, respeitosas e preparadas para observar o curso natural ao mesmo tempo que possam intervir somente e se necessário. É trabalhar com profissionais que também acreditam nesse modelo de assistência. Ou melhor, é estar ao lado de famílias e profissionais que entendem que a importância de mudarmos o mundo também passa por outra forma de cuidado com quem chega nele. 
Estar na formação do Coletivo Nascer é concretizar nossa posição de que nosso trabalho também é político! É nos posicionarmos um passo mais à frente na busca pelo acesso à saúde obstétrica de qualidade para todas nós mulheres. Seguimos juntas!