De cada 10 mulheres que nos procuram no início da gestação, cerca de 3 a 4 mulheres vêm a passar por um aborto espontâneo. Apesar de tão comum, esse é um assunto ainda tabu em nossa sociedade.
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De modo geral, os abortos espontâneos são uma forma da natureza garantir que uma gravidez inviável não seja levada até o fim (a natureza tenta ser econômica). O aborto não é provocado por comportamentos, pensamentos ou alimentação. A maioria dos embriões, quando avaliados, possuem grandes erros genéticos. Até dois abortos consecutivos, inclusive, não é de praxe que se faça qualquer tipo de investigação, e é muito comum que eles tenham diagnósticos diferentes (por exemplo, gestação anembrionária, interrupção de desenvolvimento ou descolamento do saco gestacional).
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É preciso muita serenidade, apoio da família e amigos, equipes amorosas e receptivas, para acolher as mulheres em situação de abortamento, com o foco em evitar que elas não se sintam culpadas por algo que está totalmente acima do controle delas. Até o momento, não existem tratamentos com comprovação científica para ameaça de aborto, incluindo o repouso e o uso de progesterona.
Desejamos a todas as mulheres que já sofreram ou que venham a sofrer algum aborto espontâneo, que sejam bem cuidadas, bem recebidas, bem acolhidas, hoje e sempre. E que estejam livres de culpabilizações e julgamentos.
O Coletivo Nascer é um grupo de médicas obstetras e obstetrizes que tem por objetivo atender partos hospitalares humanizados em São Paulo, SP com custos que possam ser absorvidos por parte maior das usuárias de plano de saúde, em regime de plantão de disponibilidade. Entre em contato por aqui.