Essa insegurança está presente em grande parte das mulheres que pensam no parto vaginal. E a falta de respostas para essa dúvida leva, inclusive, a inúmeras cesáreas desnecessárias. Portanto, durante todo o mês, iremos falar mais, em parceria com o coletivo de Anestesia Obstétrica, sobre um recurso não muito conhecido: a analgesia de parto vaginal. E, para começar do começo: Como é a dor do parto?
A dor na verdade são dores, pois tem duas origens: as contrações uterinas e a saída do bebê e da placenta.
Já no terceiro trimestre, a gestante pode começar a sentir contrações de treinamento. Algumas mulheres relatam que a sensação é semelhante a uma cólica menstrual. Essas contrações vão ganhando intensidade e ocorrendo em intervalos menores, atravessando a entrada efetiva no trabalho de parto até seu término.
As contrações são responsáveis pela dilatação do colo do útero. Uma vez completa a dilatação, o bebê inicia sua descida pelo canal de parto e, devido ao estiramento e compressão das estruturas do assoalho pélvico, surge uma dor que muitas vezes é comparada a uma urgência para evacuar. O momento que antecede imediatamente a chegada do bebê é corriqueiramente tratado como “círculo de fogo”.
De fato, pode parecer um evento assustador, dito como a pior dor do mundo. Ao mesmo passo, é um evento natural, que acompanha o humano desde sempre. Sua percepção de intensidade é assim também contrastante, e não só de mulher para mulher, mas também entre partos da mesma pessoa. Da mesma forma, é individual e mutável durante o trabalho de parto a qualificação dessa dor como algo desejável, que dá vida ao momento e aproxima, ou como um objeto de sofrimento, que traumatiza e afasta. E, uma vez presente, esse sofrimento é necessário?
A analgesia de parto é um recurso que, bem feito e bem indicado, não interfere na qualidade das contrações, na evolução do trabalho de parto, na realização de outras intervenções, nem na mobilidade das pernas para a realização de exercícios. O objetivo da analgesia de parto é proporcionar autonomia para a mulher através da diminuição ou até da cessação da dor, quando esta a afasta do controle da situação. Tudo é feito posicionando a mulher como maestra que decide inclusive quanta dor quer sentir.
O que vocês querem saber sobre esse tema? Comentem aqui embaixo.