Um relato é mais que palavras , é um início de uma história de amor incondicional!
Esse relato foi escrito por uma das mães que passaram pelo Coletivo Nascer: Marília Rocha.
Marília perdeu sua primeira filha Violeta, mas não desistiu e engravidou novamente 2 anos depois de João Pedro, que nasceu dia 05/12/2018.
No relato abaixo ela conta e traz alguns medos e momentos do seu primeiro parto, como forma de expor e trazer a tona suas emoções naquele momento tão especial!
“João Pedro foi mais do que planejado. No dia que a Violeta nasceu e Vitor foi me ver na sala de pós-parto ele me disse “independente do que acontecer, quero ter outro filho com você.
Passamos em consulta com ginecologistas do convênio para ver o momento que seria seguro engravidar novamente e procurando por alguma que respeitasse nossa opção de parto. Encontramos uma relativamente defensora do parto normal e que não fez nenhum juízo de valor quando contamos a história da Violeta e seguimos com ela. Tentamos engravidar por cerca de 6 meses, conseguimos engravidar no mesmo período que engravidei da Violeta (parece que só sou fértil no mesmo período do ano rs). Foi pura alegria e emoção, eu tinha esperado um ano e meio por esse momento.Tivemos dois sangramentos no início que nos assustaram, mas ficou tudo bem. A médica do convênio que tínhamos gostado um pouco mais, não percebeu a gravidez (eu que fui teimosa e dois dias depois da consulta fiz um teste de farmácia e deu positivo) e já fiquei com o pé atrás. Além do mais descobrimos que ela estaria de férias na minha DPP (data prevista para o parto), então resolvemos procurar uma equipe contratada de parto humanizado hospitalar.
Mais uma vez percebemos o quanto é difícil e inacessível o parto humanizado, é coisa da elite praticamente. Não encontramos nenhuma equipe que cobrasse menos do que o valor do nosso carro. Foi quando encontramos o Coletivo Nascer por indicação da minha prima Quelany. Era um coletivo novo que ela soube por umas amigas. Valia a pena conhecer. A ideia do pré-natal coletivo me agradava muito e a combinação de obstetras, obstetrizes, com parceria com anestesistas, pediatras, doulas e fotógrafas para parto hospitalar me agradava mais ainda. E ainda por cima, custava metade do preço das equipes que havíamos encontrado antes
Mais uma vez tive uma gravidez tranquila, dessa vez mais cansativa por estar trabalhando, mas me alimentando bem, fazendo Yoga e natação. A humanização do parto já começou por aí: as meninas do coletivo sempre nos davam dicas de alimentação saudável e alimentos que ajudavam a reduzir o pós-datismo e o tempo de trabalho de parto, além de exercícios para melhor posicionamento do bebê e toda assistência para que chegássemos preparadas ao parto.
E lá fomos nós: eu, Vitor e João ainda na barriga
Quarta-feira, 05/12/2018
40 semanas exatas.
5h. Vitor sai pra trabalhar, estava sozinha em casa.
5h50. Acordo com uma sensação estranha na barriga (sim! Senti a bolsa estourando!), vou ao banheiro e vejo que meu xixi está estranho, em maior quantidade, claro e turvo. Tinha um ultrassom marcado pra esse dia 9h (minha mãe ia comigo), então mandei mensagem para a doula Thais Olardi para ver o que fazer, já sentindo as primeiras contrações. Depois de algumas trocas de mensagens combinamos que ela viria pra minha casa para contar as contrações e então decidiríamos se iríamos ao exame ou se iríamos ao hospital. Avisei o Vitor. Avisei minha mãe que não iria ao exame.
8h. Thaís chegou em casa. Por mensagem já tinha falado que as contrações estavam fortes e com intervalos de cerca de 3 minutos. Mal chegou, encostou o carro e já carregamos com as malas da maternidade. Avisei o Vitor para nos encontrar direto no Hospital Sepaco . Eu já gritando de dor, morrendo de medo de não dar tempo de chegar ao hospital, enquanto, a Thais vocalizava comigo e me explicava calmamente que as contrações estavam regulares porém curtas e que ia dar tempo.
O que me desesperava, dessa vez, era não chegar ao hospital, mas às 9h20 chegamos. Vitor nos aguardava com a cadeira de rodas. Fui direto ao PS com a Thais Olardi, enquanto Vitor foi dar entrada com os documentos. Quando chegamos na fila do consultório do plantonista, Vitor já estava conosco também.
O plantonista fez umas perguntas que não me lembro e disse que precisava fazer exame de toque para ver como estava minha dilatação, pois sem isso não era possível dar entrada. E eu gritava que queria minha médica do Coletivo Nascer “cadê a Dra Renata [Dourado]?!”. Ela entrou quando ele já estava colocando as luvas. Nunca vou me esquecer como aquela mulher, pequena, de uns 30 anos, peitou o velho plantonista “sou a médica dela, não posso fazer o toque e te falo com quanto ela está?”, nem da cara de tacho dele “tá bom…”, Já tirando as luvas. 5cm de dilatação. Me desesperei… Ainda faltava muito. Fomos para a sala de pré parto (umas macas separadas por cortinas).
Não sei qual foi a mágica que a equipe do Coletivo Nascer fez, mas acho que não fiquei 5 minutos na sala de pré parto, liberaram a sala PPP (pré, parto, pós). Eu estava desesperada para entrar na sala porque lá tinha o chuveiro e eu lembrava como aliviava a dor. Entramos na sala, tirei a roupa, fiquei só de top e fui direto para o chuveiro enquanto o Vitor inflava a banheira (em 5 minutos!).
– o coração dele, está batendo?
Durante todo o pré natal eu pensava que estava preparada para as dores das contrações, pois já tinha passado quase por uma dilatação total com a Violeta. Mas não imaginava que a dor não seria só da dilatação. Também era, pois as contrações foram mais efetivas no parto do João e a dilatação mais rápida, os intervalos eram curtos e eu mal conseguia respirar e esquecer a última contração antes que começasse outra.
– o coração está batendo?
Mas doía meu medo, doía minha culpa, doía me livrar do medo e da culpa. Doía tirar meu bebê do ambiente protegido que ele estava para se arriscar todos os dias aqui fora. Doía acreditar que eu era capaz. Doía pensar que poderia acontecer com ele o mesmo que aconteceu com a Violeta. Doía parir a mãe, mais do que parir o filho. E a banheira e chuveiro não me salvaram como eu achei que ocorreria. Doía tanto, que eu mesma envergonhada, pedindo desculpas para a equipe e me sentindo incapaz, não demorei para pedir analgesia.
Meu sonho de um parto naturalzão ia por água abaixo novamente. A anestesista do Coletivo Nascer demorou uma hora para chegar. Essa foi a hora mais difícil. Eu já tinha desistido de tentar suportar a dor, já tinha me convencido de que eu não era capaz e só pedia por favor e perguntava a todo momento quando ela iria chegar.
– o coração, o coração, quero escutar o coração!
Quando ela chegou eu tive que sair da água, a equipe já tinha me informado que pelo acesso ser fixo havia risco de contaminação então se eu quisesse analgesia não poderia voltar para banheira nem chuveiro. Mas não me importei. Naquele momento a dor era maior do que o sonho de parir na água, do que aquela visão romântica do parto. Só tinha mesmo o meu parto, meu parto real, com toda a minha história e minhas contradições. E eu sabia que se continuasse aquele dor eu iria acabar pedindo uma cesárea. Me sequei com a ajuda das meninas, tirei o top molhado e ainda passei algumas dolorosas contrações esperando a Dra Luana Maris preparar a analgesia. Eu chorava e pedia desculpas, e agradecia a ela por me ajudar.
– deixa eu escutar de novo o coração?
Ela colocou o acesso e injetou um pouco do analgésico.
Por ser uma profissional da equipe do coletivo, humanizada e competente como todas as demais, ela sabia exatamente como fazer a analgesia, a quantidade e qualidade, para que aliviasse a dor e ao mesmo tempo eu continuasse tendo contrações efetivas e dilatação. Quando a analgesia começou a fazer efeito foi um alívio enorme.
Nesse momento , também chegou toda a equipe. Estávamos com a obstetra Renata Dourado , a obstetriz Paula Leal , a pediatra Bruna Lazaretto , a doula Thais Olardi e a fotógrafa Paulina Riquelme .
Com o pedido de analgesia, além da Santa Luana Maris (como ficou conhecida rs), também veio a segunda obstetra Daniela Menezes . Isso é necessário caso a mãe ou bebê tenha alguma complicação por causa da medicação e seja necessária alguma intervenção. Por isso, também nesse momento colocamos o cardiotoco (para medir as contrações e o batimento do bebê permanentemente) e também para o monitoramento dos meus batimentos e oxigenação também. Foi um alívio pra mim colocar o cardiotoco, pois eu me desesperava a todo momento em saber se o coração dele estava batendo. Eu sabia que no parto humanizado não recomendam para não causar preocupação desnecessária (já que é normal os batimentos oscilarem com as contrações) mas naquele momento o barulho constante do coração era música para meus ouvidos.
Depois, quando olhava as fotos das demais mães do Coletivo Nascer, sentia vergonha por ter precisado de tanta gente, sendo que muitas pariram com apenas duas, mas ao mesmo tempo me sentia especial por ter sido acolhida por essas 7 mulheres.
Esse foi um momento muito intenso do parto. Gosto de pensar que esse foi o momento de parir meu trauma do parto anterior.
Eu não sentia dor nas contrações, apenas o suficiente para saber que estava tendo uma contração, mas tinha muito medo da próxima etapa, que era o expulsivo pois com a Violeta eu não havia chegado nisso e foi quando me disseram para começar a fazer força que tudo aconteceu com ela.
Lembrei que na despedida da barriga a Thais Olardi e a Denise Feliciano me deram um presentinho e pediram para abrir no dia do parto. Thais disse que lá dentro estava tudo que eu precisava para parir. Eu abri exatamente nesse momento e tinha um espelhinho, me vi ali, mas ainda não acreditava que eu era capaz. As meninas sugeriram sentar na bola e fazer movimentos circulares para ajudar no posicionamento do João. Eu chorava com medo do expulsivo e dizia que tinha medo de acontecer o que aconteceu com a Violeta, sentada na bola e com o Vitor atrás de mim massageando. As meninas sentaram em volta. “Sinto que você precisa falar. Conte como foi o parto da Violeta” disse a Paula Leal .
Então contei. Em detalhes. Todo o trabalho de parto da Violeta. Chorava compulsivamente, e pedia para o Vitor não chorar. As meninas diziam que todos na sala estavam chorando menos ele. Depois ele me contou que chorou o parto inteiro, só que eu não percebi. Elas escutavam com atenção, os olhos marejados. Falei como me sentia culpada, como é cruel o mundo da violência obstétrica e das cesáreas forçadas, do terrorismo com as mães que se desesperam e fazem o que o médico mandar. Falei como isso me apavorava com a Violeta e por isso não queria ir para o hospital, mas como uma cesárea bem indicada teria salvado a vida da minha filha. Falei dos julgamentos que sofri dos pediatras na UTI, de ginecologistas.
Contei como esses julgamentos também existem no mundo da humanização, como se você pedir uma analgesia, ou em último caso uma cesárea fosse te tornar menos mãe. E a romantização de que é só acreditar e fazer tudo naturalmente e tudo vai dar certo.
Ainda bem que dessa vez eu estava com uma equipe preparada para acolher minhas opções e ao mesmo tempo atuar caso houvesse qualquer imprevisto, de forma que qualquer intervenção que fosse feita, eu estaria tranquila. Falei que depois do que eu passei eu não julgo ninguém. E falei que tudo aquilo que eu estava falando era uma forma de justificar o fato de que eu queria desistir e queria uma cesárea. Pedia desculpas, chorava e dizia que eu queria desistir.
Contei tudo que fazia eu ter caído na real depois de ter romantizado tanto o parto da Violeta. Esse momento foi muito importante. Me senti tão acolhida e segura com essas mulheres do Coletivo Nascer!
Elas sabiam que no expulsivo seria mais difícil eu desistir e acreditavam que eu era capaz de parir e foram deixando o tempo passar. Eu não acreditava, até hoje não acredito, fico revendo as fotos para tentar acreditar. Depois de falar e chorar muito, a Paula Leal falou “vamos tentar outras posições?”. Tiramos o cardiotoco porque ele já estava muito baixo e não dava mais pra escutar o coração.
Então voltei a perguntar incessantemente:
– o coração, o coração!
Tentamos na baqueta, posição ginecológica, em 4 apoios. A cada contração eu fazia cocô (sim, me caguei toda, tava nem aí, e já sabia que isso ia acontecer), daí acho que elas entenderam que eu estava no expulsivo. Me sugeriram tentar agachada com o apoio de alguém segurando minhas mãos, mas foi um gatilho imediato com o parto da Violeta, então delicadamente retrocederam e respeitaram meu trauma.
Decidimos que a banqueta era o melhor caminho. Sentei, Vitor atrás de mim num banco, Dra Renata Dourado, Daniela Menezes e Paula Leal à frente, Thais Olardi ao meu lado esquerdo. A cada contração eu chorava e dizia que não ia conseguir, e fazia força.
– o coração diminuiu, ele está bem?
Paula dizia que faltavam 2cm pra ele sair, olhava pra mim mostrando o dedinho e sorria “quando você acha que não vai conseguir é porque está chegando”. Pedi mais analgesia, mas nesse momento era melhor sentir as contrações para me ajudar a fazer força no lugar certo. Colocaram um espelhinho, eu via a cabecinha quase coroando e depois voltava. Colocaram minha mão pra eu sentir os cabelinhos mas eu estava confusa, não sabia bem o que estava sentindo. Decidi que precisava de ajuda. Mais uma vez o fato de estar bem informada foi determinante. A equipe tinha explicado as possibilidades anteriormente então, mais uma vez envergonhada, pedi que usassem o vácuo extrator para me ajudar.
A Dra Renata Dourado me pediu que fizesse força mais uma vez para que ela pudesse encaixar o vácuo na cabecinha dele, e eu fiz.
Tudo aconteceu muito rápido nesse momento. Pra mim pareceram horas. Encaixaram o vácuo, fiz força, me ajudaram e na contração seguinte a cabecinha saiu. Eu só berrava “vou morrer, socorro, alguém me ajuda!”, nem via o que estava acontecendo. “Ele está saindo amor!” dizia o Vitor. Nesse momento identificaram que ele teve uma distocia de ombros (a cabeça saiu e os ombros ficaram presos, é uma situação de risco para o bebê). Emergência, “4 apoios!”. Sinto a Thais Olardi me puxar para junto dela e eu fiquei de quatro apoiada nela e no Vitor. “Ela te deu um golpe de jiu jitsu”, disse o Vitor depois. A Dra Renata tentou tirar os ombrinhos e não conseguiu, logo a Paula Leal tentou e acabei conseguindo (o que resultou em uma laceração considerável dado que elas tiveram que colocar as duas mãos dentro de mim para tirar ele). Toda essa cena durou cerca de um minuto, uma atuação extremamente rápida e calma da equipe, que ainda tentava me tranquilizar enquanto isso. Que diferença faz ter informações, uma equipe em sintonia, bem preparada e respeitosa.
(As fotos desse momento estão desfocadas e mal posicionadas porque como foi um momento muito tenso de emergência não foi possível registrar de perto pois a Paulina teve que dar espaço para a equipe)
19h58. Tiram ele, Vitor vê, eu não. João Pedro sai molinho. “Eu vi a Violeta, meu coração parou”, me disse o Vitor depois. Eu, de costas, não via nada, mas senti um enorme alívio quando conseguiram tirar ele, apesar de ainda estar com muita dor. Ouvi a Dra Bruna Lazaretto perguntar se era necessário clamp e tesoura, mas não me toquei porque. A Paula Leal lhe mostrou o cordão umbilical, que pulsava, e ela não cortou. Paula virou o João de bruços e massageou suas costas. A Daniela Menezes fazia ordenha do sangue do cordão para o corpinho do João. Então ele abriu os olhos e chorou. A Thais Olardi me deu outro “golpe de jiu jitsu”, me sentei no chão e me deitei no seu colo. O Vitor do lado, já respirando e com o coração batendo, chorava no ombro dela. João Pedro veio para os meus braços.
Quando todos puderam respirar na sala, os procedimentos foram humanizados como a gente queria. Tivemos nossa hora de ouro, com o João Pedro no meu colo, amamentação e todos os exames vitais feitos pela Bruna Lazaretto com ele ali, enquanto eu e o Vitor beijávamos, chorávamos e conversávamos com ele. Esperaram eu parir a placenta, fotografaram ele ligado à placenta, a Thais Olardi fez o carimbo. O Vitor cortou o cordão, depois pesaram ele.
Vitor ficou com ele no colo, na mais linda troca de olhares, enquanto eu era suturada, coisa que demorou mais de uma hora. O Vitor foi avisar os pais dele, minha mãe e irmã que estavam na recepção e também mandou mensagem pra outras pessoas. Eu fiquei juntinho do João, subimos para o quarto. Já era tarde para visitas, então só no dia seguinte, mas abriram uma exceção para minha mãe que estava esperando para levar a placenta, então ela foi a primeira a conhecer ele. O banho demos no quarto, depois de 24h. Tudo como a gente queria.
Às vezes as minhas colegas mães que pariram com o Coletivo Nascer dizem que sentem saudades do parto. Eu tenho um sentimento bem contraditório com o parto do João, de amor e ódio. As imagens do parto e meus berros ainda são muito fortes pra mim, mas ao mesmo tempo a parte mais traumática foi tão rápida e depois tão gratificante e emocionante!
No começo dessa saga eu disse que nunca quis ter filhos. A Violeta virou meu mundo de ponta cabeça. É contraditório porque se a Violeta não tivesse nascido talvez não quisesse ter filhos, mas se ela não tivesse morrido talvez eu não pensasse numa segunda gravidez. Então, apenas sou grata por ele estar conosco. Nesses quase dois anos entre os nascimentos eu achei que nunca mais seria feliz de novo, que não seria possível amar da mesma maneira. E o João Pedro virou meu mundo de ponta cabeça de novo. Hoje sou uma mãe de dois e tenho um amor único para cada um deles. Lembro da Violeta com saudade e cada vez menos tristeza porque João trouxe alegria de volta.
A maternidade é assim: acaba com nossas expectativas. Para o bem e para o mal. Esse relato é para contar o deserto que atravessei, mas principalmente para que o João saiba que não deposito nenhuma carga nele, que me livro todos os dias das expectativas, que um dia tive e aprendo com ele um dia de cada vez.”
Lilian Fujishiro Ramos
31 mar 2019Não consigo parar de chorar. Que relato forte. Marília quero te dar um grande abraço e te desejar muitas felicidades. Obrigada por compartilhar sua história. Inspiradora. Parabéns equipe Coletivo. Obrigada por existirem.
Crislaine
1 abr 2019que relato! que amor!!!! <3 parabéns mamãe e toda equipe do coletivo nascer <3